sexta-feira, 3 de abril de 2015

Mary e Max - Uma amizade diferente (2009)

Sinopse: Mary Daisy Dinkle (Toni Collette) é uma menina solitária de oito anos, que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.


Crítica:
Animações estão aos montes por aí, geralmente trazendo temas infantis, muitas vezes fantasiosos. Mas e quando alguém resolve fazer uma animação quase obscura, que retrate o nosso mundo da forma que ele realmente é?!
Mary e Max é exatamente oque eu acabei de descrever. É um filme que traz temas polêmicos (como a depressão, suicídio, alcoolismo, bullying, obesidade, entre outros) e que devem ser debatidos. Uma animação que pode até ser fofinha, mas da sua forma.
Esse filme é simplesmente fantástico! Tudo nele se encaixa perfeitamente e faz com que a gente ame ele de verdade.
Geralmente é meio difícil acharmos filmes que conseguem misturar gêneros distintos de forma certa. Mary e Max mistura drama e comédia na medida certa! Ele consegue fazer isso de forma tão perfeita que em algumas momentos estava quase escorrendo lágrimas dos meus olhos, mas eu tava simplesmente me acabando de rir. Isso é meio confuso, mas quem já assistiu sabe do que eu tô falando (na verdade ele é um drama cômico, pra ser mais preciso). Esse filme aborda temas fortes e até mesmo confusos de forma alternada e exata (sem contar que o humor negro dele é sensacional). Ele faz isso tão bem que em alguns momentos está uma forma bem clara e bem humorada, e outras vezes super pesada e dramática. Justamente para entendermos melhor, refletirmos, e claro, abrirmos nossos olhos.
Alguns podem não recomenda-lo para crianças (justamente por ele ter um tema mais adulto), porém eu acho que elas devem assistir sim! Pra ser sincero, eu acho que seja criança, adolescente, adulto ou idoso, esse filme é perfeito para todos! A abordagem dele é clara, e ele simplesmente vomita na cara de quem ta assistindo várias coisas ruins que nos rodeiam, e que precisamos melhorar. Ele realmente faz com que a gente pense se oque estamos fazendo é certo ou não. Na verdade é um tapa na cara de muita gente.
Os personagens principais são sensacionais e carismáticos. Apesar de boa parte do filme eles não darem um sorriso, mas nós sorrimos por eles. hehe’
Na verdade a gente praticamente sente oque eles sentem! Se estão alegres ou tristes, também ficamos com eles naquele momento. É muito interessante, principalmente porque em alguns momentos eles não falam nada (porque o filme alterna entre as falas deles e a do narrador), mas a gente sabe exatamente oque se passa por eles.
Enfim, no fim das contas tudo se encaixa perfeitamente neste filme! A sonoplastia, a animação, o enredo... Tudo é feito de forma correta.
Mary e Max é um filme brilhante, que faz a gente se divertir mas ao mesmo tempo pensar no que estamos fazendo, no que sentimos (como o amor, a felicidade, a tristeza...), nas coisas que nos rodeiam (amizades, a solidão, aceitação, lidar com coisas difíceis...) e nas pessoas que estão ao nosso lado (e também as que não estão). Um filme que nos deixa bem pensativos e impactados, que vem dar não só uma lição de moral, mas várias.

Para finalizar eu deixo um  trecho de uma das cartas que Max fez para Mary:
"Nós não escolhemos nossos defeitos, são partes de nós e temos que conviver com eles. Mas nós podemos escolher nossos amigos e eu fico feliz em ter escolhido você. Com sorte, um dia nossas calçadas vão se encontrar e vamos dividir uma lata de leite condensado. Você é minha melhor amiga. Você é minha única amiga."


Nota: 10


 
“Ame a si mesmo primeiro.”
Mary e Max

terça-feira, 31 de março de 2015

Uma Chamada Perdida (One Missed Call - 2008)


Sinopse:

Diversas pessoas recebem mensagens via celular sobre seus últimos momentos de vida. Embora as mensagens possam ser deletadas, seus números crescem cada vez mais. Após testemunhar a morte de dois amigos com poucos dias de diferença, Beth Raymond (Shannyn Sossamon) está traumatizada. Ela sabe que ambos receberam as tais chamadas, que descreviam exatamente como seriam suas mortes. Entretanto a polícia não acredita nela, achando que Beth está perturbada. A única pessoa que crê no que ela diz é o detetive Jack Andrews (Edward Burns), cuja irmã faleceu num acidente parecido com o ocorrido com os amigos de Beth.

 

Crítica:

Celulares... Ó, nossos amados celulares! Quem hoje em dia vive sem eles? Quase ninguém, não é verdade?! Tendo isso em mente os criados deste filme resolveram bater isso de frente, fazendo com que esse objeto (quase) indispensável em nossas vidas se tornasse um instrumento fatal. Pena que a ideia não foi bem desenvolvida...
Uma Chamada Perdida é um remake de Chakushin ari (filme de 2003, que eu ainda não assisti). Ele mais parece uma mistura fajuta de O Chamado e Premonição. Tudo aqui parece razoável, desde as atuações até os efeitos.
Um dos maiores erros em One Missed Call é colocar personagens que não duram nem dez minutos em cena, que aparecem somente para morrer. Assim você não sente pena do personagem (pelo contrário, às vezes a gente chega até a torcer pela morte deles, de tão escrotos e chatinhos que eles são). Alguns personagens aqui praticamente pedem para morrer, de tão burros que eles são. Nem os personagens principais nos convencem.
Não espere banhos de sangue, pois, aqui não tem! As mortes são rápidas e nem uma nos deixa aflitos ou assustados. O final até tenta ser ousado, mas acaba sendo tão ruim quanto o resto do filme. Os sustos são bem previsíveis e acabam nem assustando. O clima de tensão não funciona.
São poucas as coisas que funcionam, como as assombrações! As cenas com elas são razoavelmente boas e elas são até bem feitas (tirando algumas em CGI), mas também não são bem aproveitadas. Destaco a cena da 'zumbi', se também fosse mais explorada seria melhor...
No fim das contas Uma Chamada Perdida é bem entediante. Um filme com uma ideia boa, mas que não foi bem aproveitada.
Nota: 3,7

sexta-feira, 27 de março de 2015

Evidências (Evidence - 2013)

Antes de mais nada, eu estive um tempo afastado do blog, sim! U-U'
Bom, mas é por vários motivos (e nem tanto por preguiça, como da última vez que eu dei uma sumida daqui! haha'). Eu estou assistindo muitos filmes, lendo muitos livros (minha outra paixão *-*), tocando muito mais teclado e muitas outras coisas... sem contar que entrei na faculdade (de Letras - Inglês)! ^^
Mas, sim, senti saudades e aqui estou eu de volta. Vou tentar postar pelo menos uma ou duas vezes por semana! :3
Então vamos ao que interessa...

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Sinopse: Com a ajuda de várias gravações de vídeo, uma dupla de detetives (Stephen Moyer e Radha Mitchell) começam investigar uma série de crimes brutais. As imagens revelam um grupo de viajantes que após um acidente com seu ônibus, no meio do deserto, tem que lutar pela sua sobrevivência, enquanto um misterioso assassino mata um por um.


Crítica:
Hoje em dia filmes em
found footage (primeira pessoa) não são novidades. Grandes filmes neste estilo já foram criados, tanto que é só falar nele que logo vem à cabeça A Bruxa de Blair, Cloverfield – Monstro, Rec ou o mais famoso de todos nos últimos tempos: Atividade Paranormal. Mas também existem ótimos filmes nesse estilo que não fizeram tanto sucesso, um grande exemplo disso é Evidence.
Filmes que nos predem do começo ao fim são simplesmente fantásticos. Evidence faz bem esse estilo!
Esse filme é sensacional. Só pelo fato dele misturar “gravações encontradas” e filmagem tradicional, já é um fato para olha-lo com outros olhos. O legal é que ele faz isso corretamente, e a mistura realmente da certo! Tudo é encaixado perfeitamente no seu devido lugar.
O filme tem uma ótima trama que te prende pra valer. Pra falar a verdade ele me surpreendeu muito! Mais da metade do filme parece que já ta tudo bem claro, quem é o serial killer e tudo mais. Porém conforme o filme vai processeguindo, as reviravoltas vão aparecendo e o final vai chegando, o filme simplesmente vomita na sua cara que você estava todo tempo errado. haha’  Não posso falar muita coisa pra não dar nenhum spoiler forte, só digo que o final realmente me deixou impressionado. Eu achava que já sabia oque iria acontecer, mas o filme foi indo por um outro lado e me surpreendeu pra valer! E eu gosto disso, muito! Afinal, filmes clichês e previsíveis estão aos montes por aí. Evidências usa isso ao seu favor.

Os personagens não são perfeitos, mas tem o seu valor. Por vezes a gente chega até a sentir pena deles. Em alguns momentos parece até que nós estamos dentro do filme, sériozão!
Uma outra coisa bem legal também em Evidence é que não é usada apenas uma câmera, e o melhor disso tudo é que elas não estão lá simplesmente por estar! (como em muitos filmes em found footage, que parece que estão filmando sem motivo algum, sem contar que parece que as câmeras nunca descarregam). Aqui é diferente, e tudo tem uma boa justificativa e faz bastante sentido.
No fim das contas, Evidências é um filme bem interessante, com ótimos momentos de tensão que te prende do começo ao fim (e que fim!). Não é perfeito e tem suas falhas sim, mas com um enredo muito bom e que te deixará muito impressionado com as reviravoltas e perplexo com o final (pelo menos foi oque aconteceu comigo) você nem ligará para os errinhos do filme.
 

Nota: 9,2